sábado, 24 de abril de 2010

"A DOR DA TRAIÇÃO"


Acordei e meus pensamentos disparavam , era sábado, poderia dormir um pouco mais , mas o meu coração estava apertado de tanta tristeza.
Porque tinha que ter ido, com meus colegas da Faculdade, naquele “Piano Bar“ para um bate-papo o que raramente o fazia ? Porque teria que ser lá que avistaria o meu namorado nos abraços e beijos com outra?
Fiquei tão chocada que não tive ação, saí correndo para que ele não me visse e fui direto para casa. Tranquei-me no quarto caindo num choro incontrolável e sem perceber acabei adormecendo.
Namorava o Júlio há um ano e meio e formávamos um par perfeito, vivia momentos únicos de um lindo sentimento - meu primeiro e grande amor - e agora o que me restou ? Qualquer explicação que me desse seria difícil aceitar -dizer que aqueles abraços e beijos não representavam nada ? Não, eu não poderia acreditar.
Estava difícil sair da cama , esquecer tudo que passou e começar nova vida porque, logo neste sábado, é o casamento da prima dele e já estava com o vestido que alugara e ele viria me buscar para irmos juntos. Telefone tocou, dei um pulo da cama e fui atender e ao ouvir a voz dele do outro lado da linha meu coração disparou.
- Oi Paty meu amor te acordei? perguntou ele com a maior naturalidade.
- Não, já estava acordada e me aprontando para ir ao salão e estou em cima da hora – respondi friamente.
- Então nos vemos mais tarde , passo às 16 hs para te pegar OK?
- Está bom te espero , tchau – e deliguei o telefone.
Logo em seguida sai e procurei não pensar mais nesse pesadelo, deixando para colocar um ponto final em tudo antes da festa do casamento.
Estava chegando a hora dele vir me buscar, e estava pronta com um vestido branco e, no cabelo, um aplique com uma rosa também branca, cor que não contrastava com minha tristeza – melhor seria estar toda de preto digna para uma viúva que sofreu a grande dor da traição.
Julio chegou pontualmente e arregalou os olhos, me abraçou , me beijou e disse :
_ Como você está linda meu amor.
Dei um sorriso e fiz de tudo para me contyrolar porque ele estava lindo e super elegante trajando um “Black-tie” – parecia o príncipe encantado, mas antes que os sinos tocassem anunciando a meia noite este sonho teria acabado para sempre.
Seguimos para a Igreja e não conseguia mais esconder o que estava me torturando, me machucando, tinha que falar, acabar logo contudo de uma vez, não conseguia mais olhar para ele direito, e nem imaginar que me tocasse mais uma vez. Chegamos e, logo que saimos do carro, não consegui mais me controlar e comecei a chorar.
Júlio me pegou pela cintura e , muito preocupado me perguntou o que estava acontecendo o que, mais do que depressa, comecei a falar sem parar não deixando espaço para que ele desse um ai.
Ficou em silêncio sem saber o que me dizer.
Olhei para ele e disse:
- Se você me conhecesse de verdade , se você me amasse um pouquinho, não ficaria aí parado me olhando sem abrir a boca para dar uma explicação menor que fosse. Esse teu silencio já diz tudo e como fui cega em não ter percebido antes – Adeus.
Fui embora deixando ele sózinho no pátio da Igreja.
Estava meio sonza , não sabia o que fazer , para onde ir e sem sentir estava entrando em casa.
Os dias que se passaram foram um pouco difíceis para mim, mas a vida tem que continuar e assim como as estações as pessoas tem a habilidade de mudar e fui mudando, me transformando numa nova mulher, numa mulher simples por natureza, simples nos meus gestos , simples na minha feminilidade e acima de tudo cheia de amor no coração.
Rene Santos
Pauta para Bloinquês
Edição Visual e  Edição Conto/História

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