Que saudades do meu filho caçula - o Paulinho - faz tempo que não o vejo, ele está sempre viajando com a sua banda e como aguardo que apareça de surpresa. Sempre vem com uma cara nova que já até me acostumei. Suas roupas são sempre originais - desbotadas , rasgadas e cheias de correntes , de anéis e, todos aqui na vizinhança, ficam nos risos e fofocas o que nem te ligo porque o Paulinho pode ter essa aparencia de maníaco, funk, de má índole , mas não é nada disso, é um garoto maravilhoso, de uma personalidade forte e doa a quem doer está correndo atrás do que quer, do que gosta, que é a música - e eu, como sua mãe, sempre dei a maior força e, estou aqui de longe, sempre torcendo para que consiga o sucesso tão sonhado.
Coloquei num porta retrato a última foto que tiramos juntos. Ele esteve aqui há dois anos atrás e sempre com esse jeito único de ser. Corria para fazer os quitutes que gostava e sempre tinha que ter aquela cerveja bem geladinha. Deixou o cabelo ficar que nem penacho de índio e ainda por cima louro.
Olhava para ele e dizia:
Olhava para ele e dizia:
- Meu filho você está parecendo um Cacique com esse cabelo e depois me conta como consegue deixar ele em pé desse jeito - agora a tua mãe não gostou nada dessa cor loura - você fica melhor com os seus cabelos castanhos.
Ele ficou me olhando com aquela cara de travesso, sorriu e respondeu:
- Maezinha sempre que venho você tem alguma coisa em mim que não gostas - valeu não podemos agradar em tudo.
Estávamos num banco, na praça em frente ao prédio onde eu morava, e ele me abraçou e beijou tão forte que sinto até hoje seus braços em volta de meus ombros e seus lábios em minha face.
Rezo todos os dias para que consiga realizar os seus sonhos e sua ascenção como cantor e compositor. Tudo na vida, não importa a profissão,tem seu preço e para mim ele será sempre o meu filho, meu ídolo.
Rene Santos
8a. Edição _ Palavras Mil
Foto retirada do flickr
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